Xeque-Mate: A importância do xadrez na infância

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

A importância do xadrez na infância

Estudiosos sugerem que o primeiro contato da criança com o xadrez, seja ainda no período do jardim de infância. Segundo Vanessa Feliciano, 18 anos, enxadrista premiada com medalha de bronze no Sul-americano Juvenil em 2008 e Vice-campeã Pan-americana sub-18 de 2008, o xadrez é recomendável em qualquer idade. Vanessa pratica o xadrez desde pequena, aos 7 anos começou a jogar com seu pai, o também campeão Nilo Feliciano que a treinou durante dez anos. “Como é possível observar, apaixonei-me pelo jogo muito cedo. Fui influenciada por meu pai que já era jogador de xadrez e ensinou o jogo a todas as filhas”, diz a jovem.
Segundo estudo publicado pelo mestre de xadrez Jerry Meyers, parte integrante do livro Os benefícios do xadrez na educação, a Instrução metódica do xadrez integrada ao currículo escolar, apóia o crescimento intelectual das crianças. Meyers revelou que crianças que recebem instruções de xadrez aprendem a:

• concentrar sua atenção e a manter um alto grau de concentração;
• visualizar mentalmente as posições e as seqüências dos movimentos, treinar a memória;
• pensar adiante, planejando antecipadamente suas atividades;
• reavaliar, quando a situação muda;
• desenvolver a paciência, a reflexão e a originalidade;
• avaliar as opções;
• avaliar os resultados de suas ações e
• desenvolver a perseverança, a determinação e as habilidades sociais.

Em Nova Yorque, a pesquisa desenvolvida por Meyers, atingiu mais de 100 instituições com cerca de 3.000 crianças. Os resultados demonstraram aumento significativo em suas notas, especialmente em inglês e matemática. A prática de xadrez dentro do ambiente escolar auxilia no desenvolvimento da auto-estima, motivação e ajuda a melhorar distúrbios de comportamento.

 [LEIA MAIS, clicando na frase abaixo]

Especialistas explicam que o jogo funciona como um meio de ligação entre crianças de diferentes idades, o que é positivo na formação do indivíduo. Para Elian Levatino, 7 anos, morador de Germantown, no Tennessee, o xadrez serve de estímulo nos estudos. “Meu pai me apresentou o xadrez há um ou dois anos. Eu me tornei bom nisso e agora comecei a ensinar um amigo meu que está no jardim de infância e outras crianças da minha escola”. A mãe de Elian, Beckei Levatino, conta os problemas que o filho vinha enfrentando antes de começar a jogar xadrez: “Na escola observei que ele corria para terminar os deveres de matemática e artes só porque queria ser o primeiro a terminar as tarefas”. No caso de Elian, o xadrez funcionou como uma ferramenta lúdica que fez com que o menino aprendesse a se concentrar melhor em suas ações diminuindo sua agitação.
Pais que nunca tiveram contato com o jogo não devem ter receio de aprender a jogar junto com seus filhos. Para a Dra. Dianne Horgan, psicóloga professora da Memphis State University e mãe de dois jovens jogadores de xadrez, pais e filhos podem aprender a jogar juntos. “Aprender a jogar junto com as crianças pode ser divertido. Não há razão para pensar que os pais devem sempre ensinar tudo aos filhos”, diz ela.

Xadrez em escolas no Brasil

No Brasil os primeiros passos também já estão sendo dados quanto à inclusão do xadrez nas escolas. Com objetivo de estimular o desenvolvimento dos estudantes do ensino público, foi aprovado na Alerj, Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, o projeto de Lei n° 5264, que garante a implantação do PAX, Programa Estadual de Aprendizagem do Jogo de Xadrez em todas as escolas estaduais do Rio. A autoria da lei é do deputado Marcelo Simão, PHS; segundo o texto, o governo estadual será obrigado a buscar convênios com clubes, associações e federações que promovem o xadrez como meio de difusão da prática nas escolas.
Para Ramés Fialho de Freitas, Coordenador dos Núcleos de Informática e Xadrez do Instituto Academia Mirim de Letras- Salvador/BA e campeão por equipe do 72° Jogos Abertos do Interior – 1ª divisão de 2008, o ensino de xadrez nas escolas traz grandes benefícios aos educandos por favorecer o desenvolvimento de muitas habilidades cognitivas, psicológicas e sociais de forma lúdica. “A nova lei é uma maneira de chamar a atenção para a necessidade de termos atividades motivadoras na escola e não apenas um currículo que o aluno aprende e não sabe qual vai ser a utilidade”, afirma Ramés.

Dicas de leitura

Segundo Ramés, encontrar materiais de estudo relacionados ao xadrez já não é mais tão difícil: “ hoje temos muitas opções dada a informática, a Internet e aos softwares especializados”. Abaixo colocamos alguns livros indicados para aqueles que se interessam pelo assunto:

• Xadrez Básico, Dr. Orfeu Dagostini - Editora Ediouro;
• Como jogar bem Xadrez, Leonard Barden;
• Como pensam os grandes mestres, Alexander Kotov;
• Meus Grandes Predecessores, Garry Kasparov, ex-campeão mundial considerado o melhor enxadrista de todos os tempos;
• A Prática do meu sistema, Aaron Nimzovitsch - Editora Solis e
• O teste do tempo, Garry Kasparov - Editora Solis.
________________________________________
Foto: Alunos da Oficina
Fonte:www.guiacurso.com.br
Matéria de Juliana Petrilli:

Fontes: PR NEWSWIRE LATIN AMERICA; Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, Alerj; Site Clube de Xadrez; Uma história do Xadrez, Harold James Ruthven Murray e Os Benefícios do Xadrez na Educação, Mestre Jerry Meyers.
Posted 18th January 2009 by Paulo Dantas
Labels: Reportagem


Nenhum comentário: